EXERCÍCIO 9
EXERCÍCIO | FORMA | OBJECTIVOS
Exercício competitivo 7v6+Gr para trabalhar a organização defensiva e ofensiva com momentos de transição.
Espaço de exercício em campo inteiro mas utilizando somente meio campo de cada vez. O outro é utilizado pelo joker ofensivo no momento da transição ofensiva.
Dificuldade acrescida para os defesas -1.
Complexidade 64%

Figura 1
DESCRIÇÃO | REGRAS
No momento da perda de bola por parte da equipa que ataca (brancos), ninguém pode invadir o outro meio campo.
Esta regra permite que os jogadores da equipa que perde a bola subam para pressionar de imediato em vez de recuarem. A equipa que recupera fica focada em colocar a bola no joker ofensivo (passe de transição) em vez de subir em progressão.
O joker ofensivo é um jogador da equipa que ataca a baliza, devendo pressionar no momento da perda da bola.

Figura 2
A equipa em espera deve fazê-lo atrás da linha definida e só poderá sair no pressing no momento em que o joker toca na bola.
O joker não pode finalizar quando recebe, sendo obrigado a devolver a um colega.
Esta regra permite que a equipa que vai atacar tenha tempo para passar para o outro campo. E que o passe de transição possa sair para um jogador com espaço e sem pressão.

Figura 3
A equipa que marca golo continua a atacar, trocando para a outra metade do campo.
Esta regra permite dar maior competitividade aos jogadores. Quem marca continua a atacar, quem sofre continua a defender. Para se poder atacar, ter-se-á que ser competente a defender.

Figura 4
Não existe a marcação de cantos, faltas ou lançamentos de linha lateral. O treinador coloca uma nova bola na equipa que ficaria de posse.
Esta regra permite que os jogadores, em processo ofensivo, tenham maior cuidado na sua circulação. Se colocam uma bola fora, uma segunda entra de imediato no adversário, que terá a opção de colocar no outro campo. Por outro lado, a equipa que defende terá de ter mais critério na hora de recuperar.
INTERPRETAÇÃO OFENSIVA
Quando a equipa que está a defender consegue recuperar a bola, deve procurar jogar, de forma rápida e objectiva, na referência no outro campo. Quando mais tempo demorar, mais condições dará aos adversários para fechar espaços e pressionar a bola.
Se um adversário conseguir pressionar o jogador que recupera, a bola deve ser colocada num colega para fazer o passe de transição para o outro campo.
É importante que os jogadores tenham a noção de que a bola deve sair rápido no passe de transição. Não só se evita a pressão do adversário como dá à equipa as condições ideais para iniciar o contragolpe.

Figura 5
De forma a obrigar a linha defensiva a 'vigiar' um maior espaço possível, quem ataca deve ter a preocupação de abrir (bem) em largura. A colocação de jogadores em largura máxima irá dificultar as acções de marcação do adversário e a cobertura do espaço central. Se saírem na marcação, abrem espaço no meio que deve ser utilizado por um colega. Se não saírem, os jogadores ficam com mais espaço para receber.
Por outro lado, deve haver a todo o momento alguns jogadores a procurar o espaço nas costas do último defesa adversário. Desta forma, vamos deixar os defesas instáveis, na dúvida entre seguir a movimentação do adversário ou não. Obrigar a defesa contrária a pensar constantemente, facilita o aparecimento de erros que devem ser aproveitados.

Figura 6
A equipa que ataca necessita de estar sempre equilibrada, não só para fazer circular a bola com rapidez e eficácia como também para que esteja preparada para responder a uma possível perda da bola. Esta última é de fundamental importância para o jogo de futebol.
Para conseguirem responder a uma possível perda de bola, é necessário que alguns jogadores se preocupem em ocupar determinados espaços ou posicionamentos, que permita à equipa pressionar rapidamente um adversário que recupere a bola.
Assim sendo, quando um jogador tem bola, é necessário que um colega procure a contenção ofensiva - posicionamento sempre atrás ou ao lado do homem da bola.
Esta contenção não só serve para dar uma linha de passe atrasada ao portador da bola, como também a hipótese de ter um elemento que possa sair na pressão em caso de perda.
Não havendo cobertura ofensiva, no momento da perda de bola o adversário fica com tempo e espaço para progredir e lançar o contra-ataque.

Figura 7
Frente a uma equipa organizada no seu meio campo defensivo, é fundamental que os jogadores da equipa com bola optem por uma circulação paciente.
A bola deve circular com velocidade de um corredor para o outro, como que a convidar o adversário a sair no pressing, obrigando o adversário a uma constante adaptação ao posicionamento da bola, levando-o a cometer erros ou a abrir espaços.
Neste momento deve-se acelerar o jogo para tentar aproveitar esses espaços no ataque à baliza adversária.

Figura 8
INTERPRETAÇÃO DEFENSIVA
No momento de perda (transição defensiva), é importante que todos jogadores adoptem uma atitude imediata de pressão sobre a bola e os adversários mais próximos. Esta terá como objectivo o de limitar a saída em contra-ataque do adversário ou de um passe de transição para uma referência.

Figura 9
A protecção do espaço central (meio) é fundamental para quem defende, bem como am manutenção dos jogadores compactos, juntos uns dos outros. Desta forma, estaremos mais preparados para contrariar o jogo interior do adversário, orientando-o para as linhas (zonas teoricamente menos perigosas).
Outra orientação fundamental para se defender com eficiência é a pressão sobre a bola. Esta deve ser rápida e eficaz, procurando não deixar o adversário com tempo e espaço para decidir sozinho.

Figura 10
A linha delimitada serve como orientação para a linha defensiva. Esta deve manter-se o mais subida possível mas sempre preparada para retirar profundidade (recuar).
É importante que todos os jogadores estejam preparados para recuar de imediato no momento em que uma bola é colocada em profundidade. Mesmo que um adversário esteja em posição irregular, é crucial que os defesas saibam reagir.
O exímio controlo da profundidade defensiva é uma características das equipas que defendem bem: saber subir para retirar espaço de jogo ao adversário mas perceber quando recuar para limitar as hipóteses de procura de perigo nas costas da linha defensiva.

Figura 11
Pressionar sem critério irá abrir espaços que o adversário pode aproveitar. Paciência na pressão, protegendo a todo o momento o miolo e sem desequilibrar a estrutura defensiva.

Figura 12
RESUMO
INTERVENÇÃO OFENSIVA
Recupera e procura de referência.
Com bola fazer "Campo grande".
Abrir em largura.
Procurar ruptura.
Cobertura ao homem da bola.
Circular em largura.
Convidar o adversário a sair no pressing.
Paciência na circulação até encontrar espaço
INTERVENÇÃO DEFENSIVA
"Abafa" após perda.
Não deixa sair o contra-ataque.
Equipa sempre compacta com bola "pressionada"
Controlo da profundidade.
Pressiona com critério protegendo o meio.
João Miguel Parreira