EXERCÍCIO 42 - PROCURA DA REFERÊNCIA | POSICIONAMENTO OFENSIVO E DEFENSIVO
ESPAÇO DE JOGO
Dividimos o espaço de jogo em três setores.
O espaço central terá 15 metros tanto em largura como em profundidade enquanto os restantes dois espaços têm uma largura de 15 metros por 10 em comprimento.

FORMA DO EXERCÍCIO E CONDICIONAMENTOS
No meio colocamos 4 contra 4 com a utilização de 1 joker ofensivo. Em cada um dos espaços exteriores colocamos 1 joker ofensivo.
Jogar com limitação a 2/3 toques. Esta regra permite-nos focar os jogadores numa circulação coletiva em detrimento de ações individuais. Por outro lado se a bola circula mais, os defesas são obrigados a ajustar mais vezes o seu posicionamento defensivo. Excelente para se trabalhar as basculações e a reorganização defensiva.
A limitação do numero de toques, conjuntamente com a superioridade numérica para quem ataca, vai fazer emergir um jogo mais de passe e circulação. Tornamos este exercício num excelente veículo de desenvolvimento tanto do passe como da circulação de bola.

UTILIZAÇÃO DOS JOKERS E SUAS LIMITAÇÕES
Quem ataca pode utilizar os três jokers.
Os jokers exteriores não podem passar a bola entre si.
Estes não podem ser pressionados dentro da sua zona.

ESTRUTURA DA EQUIPA QUE DEFENDE
Quem defende encontra-se sempre inferioridade numérica, logo a opção de marcação ao homem está fora de questão.
Esta inferioridade numérica é uma forma de obrigar os jogadores a se preocuparem mais com a defesa do espaço, numa forma zonal, em detrimento do ‘cada um com o seu’.
Defensivamente os jogadores devem posicionar-se numa estrutura 3-1. Os primeiros três elementos tentam proteger todo o espaço em largura enquanto o quarto jogador vai protegendo o espaço à frente destes.
Os defesas devem tentar sair no pressing mas não de qualquer forma. Primeiro protege bem os espaços e só depois vai saindo, quando pode. Esperar pelo momento ideal para chegar um pouco mais perto.
Identifica bem os indicadores de sair e não sair na pressão.

ESTRUTURA DA EQUIPA QUE ATACA
Quem ataca joga sempre em superioridade numérica, mas tendo a limitação de jogar a 2/3 toques.
Ofensivamente os jogadores devem apresentar-se numa estrutura 2-2, deixando o espaço central para o joker.
No momento da perda da bola é fundamental que exista SEMPRE um jogador posicionado perto da bola para sair no pressing. Se isso não acontecer o adversário terá grandes probabilidades de lançar um contra-ataque perigoso. De forma a tentarmos evitar que isso aconteça, temos que racionalizar os posicionamentos ofensivos. Deve haver a preocupação de se se criar as melhores condições para atacar ao mesmo tempo que se mantem uma estrutura ofensiva que nos permita estar preparados para ‘abafar’ o adversário no momento da perda da bola.
Mantendo uma estrutura 2-2 estamos a assegurar um bom posicionamento no momento da transição ao mesmo tempo que obrigamos o adversário a defender um maior espaço.
Os jogadores devem ter paciência e confiar que a bola chega a eles. Devem evitar andar por todo o lado na procura de ter bola, acabam por desorganizar a equipa para a transição defensiva. FUNDAMENTAL MANTER O BOM POSICIONAMENTO OFENSIVO.

QUANDO A BOLA ENTRA NO PONTA
Sempre que a bola ‘entrar’ no Ponta devem entrar nesta zona dois atacantes e um defensor.
Nesta situação o defensor tem uma ação mais passiva. A sua missão é a de marcar um dos atacantes para que o ponta seja obrigado a ‘ler’ a situação, passando para o atacante que está solto de marcação.
O ponta deve segurar, decidindo-se pelo passe para o colega que fica sozinho finalizar de primeira.
Evitar devolver de primeira, é mais difícil.
Sempre que no jogo conseguirmos colocar a bola um pouco mais à frente é fundamental que os restantes elementos tenham um comportamento de aproximação em apoio. O ponta deve segurar a bola enquanto espera por ajuda, devolvendo no colega que esteja solto, em detrimento de um colega marcado.
“Bola no ponta vai no apoio, recebe de volta e finaliza”
“Recebe, analisa e devolve no jogador solto”

OBJECTIVOS DO EXERCÍCIO
O objectivo do exercício passa por conseguir circular até se criar condições para colocar rasteiro no ponta. Quando isto acontece surge um colega para finalizar na baliza pequena. Pretendemos que os jogadores adquirem a paciência necessária para circular a bola entre si até conseguirem identificar o momento ideal para se colocar no ponta. Sem pressas e sem forçar.
Fundamental também os jogadores conseguirem manter uma estrutura ofensiva equilibrada, que lhes permita estar bem posicionados no momento da perda da bola.
Defensivamente pretendemos que os jogadores consigam ocupar bem o espaço de forma a ir pressionando ao mesmo tempo que tentam evitar que surja um passe rasteiro para o ponta. Sair no pressing sem pressas e sem abrir espaços que o adversário possa utilizar.

João Miguel Parreira